Crítica: 45 do Segundo Tempo


Chega aos cinemas o drama com pitadas de humor que promete resgatar memórias antigas de nossa infância, quando os bons momentos pareciam ser eternos. Em “45 do Segundo Tempo”, temos a junção de passado e presente em uma aventura vivida por três amigos.

Pedro (Tony Ramos) acaba reencontrado seus companheiros de aventuras adolescentes após 40 anos sem contato, pois uma revista decidiu recriar uma foto em que os três – e mais um amigo que acabou de morrer – estavam juntos, na inauguração do metrô em São Paulo.

Isso faz Pedro repensar seu papel no mundo e consegue reunir Ivan (Cássio Gabus Mendes) e Mariano (Ary França) para informar que, quando seu time do coração for campeão naquele ano, ele pretende deixar este mundo.

Claro que seus amigos de longa data ficam desesperados e tentam demovê-lo desta ideia absurda, o que os leva em uma jornada pelas brumas da memória e do tempo, em busca da vida e experiências que tiveram quando adolescentes.

Mas, todos estão presos em seus próprios problemas, pois Ivan, um rico e famoso advogado, passa uma desestruturação familiar com sua esposa e filho. Já Mariano é um padre com uma crise de fé. Agora, precisam encontrar um jeito de resgatar a alegria perdida há tanto tempo.

O filme é uma maravilhosa jornada psicológica sobre o drama de três vidas que perderam o brilho e estão imersas na rotina e situações do dia a dia que esgotam suas forças.

É uma busca, uma redenção um reencontro que os personagens principais esperam encontrar, ao buscar, inclusive, um amor antigo que casou com o amigo que morreu recentemente. Soninha (Louise Cardoso), que era a menina mais bonita e inteligente da escola, agora é uma mulher madura e amargurada pela perda do marido e por um filho indiferente, que ainda desperta o amor de Pedro.

Mas o rumo da trama não permite uma parada longa neste momento nostálgico e impele os três viajantes errantes no caminho das decisões que precisam ser tomadas. Neste sentido, o roteiro está de parabéns por não perder seu fio condutor e manter a sincronia das histórias entrelaçadas e que prenderão o espectador do começo ao fim da obra.

As interpretações estão impecáveis e os três amigos conseguem prender nossa atenção com diálogos incisivos e bem-humorados nos momento adequados, para quebrar um pouco o clima nostálgico e sério das memórias revividas.

O único ponto negativo que constatei foi a surpreendentemente restrita participação da cachorrinha Calabresa, companheira e amiga de Pedro, que está inserida em várias peças de divulgação do filme, mas que não é devidamente aproveitada para se tornar o alívio cômico que seria um adorável diferencial no decorrer da trama.

“45 do Segundo Tempo” é excelente e fará você pensar em sua infância e amigos que não vê há muito tempo. Vá ao cinema e reencontre a magia do passado (que volta ao presente) para emocionar os corações saudosistas.

por Clóvis Furlanetto – Editor

*Título assistido em Cabine Virtual promovida pela Paris Filmes.