Crítica: A Garota Dinamarquesa


 

Eddie Redmayne como Lilly Elbe

Entre os indicados ao Oscar de 2016 de melhor ator, quem carrega uma das atuações mais notáveis é Eddie Redmayne (Os Miseráveis). Sua transformação em A Garota Dinamarquesa, longa dirigido por Tom Hooper, é admirável e não é só pela maquiagem e pelo figurino.

É também por mostrar com afinco o drama de Einar Wegener, o primeiro homem a realizar a cirurgia de mudança de sexo, tornando-se assim um ícone entre os transgêneros. Além disso, o ator demonstra ótima versatilidade nas cenas em que aparece como Lilly Elbe, alter ego de seu personagem.

Na história, Einar é um pintor renomado de Copenhagen (Dinamarca) que vive um casamento feliz com Gerda. Neste cenário, você deve se perguntar o motivo de uma pessoa querer trocar de sexo. Pois é, isso começa através de uma brincadeira criada pela própria esposa de Einar, que também é pintora.

No caso, a moça convence o marido de vestir roupas femininas posar como modelo para o seu próximo quadro. A partir daí, a figura de Lilly começa a surgir aos poucos, o que começa a despertar no pintor o seu verdadeiro lado feminino.

Claro que não é somente o desempenho de Redmayne que permite A Garota Dinamarquesa ser considerado um bom filme. Também contribuem para o resultado Alicia Vinkander (indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante), que se destaca como a esposa de Einar, e Tom Hooper (O Discurso do Rei), que traz em sua direção um olhar delicado na hora de relatar o homossexualismo na década de 1920.

Talvez, um dos poucos deslizes do longa é o ritmo. Por ser cuidadoso demais ao discutir seu tema central, o longa é bem detalhista na contextualização da trama, o que deixa o andamento do filme mais lento e um pouco cansativo.

De qualquer maneira, é inegável que o longa tem o seu valor. Se Redmayne vai ganhar mais uma vez o Oscar (venceu em 2015 com A Teoria de Tudo) não importa. O que importa é que A Garota Dinamarquesa é um dos seus grandes trabalhos do ator e o confirma como um dos melhores nomes da atualidade em Hollywood.

por Pedro Tritto – Colunista CFNotícias