Crítica: A Primeira Noite de Crime


Já pensou em uma noite em que tudo está liberado? Pois é, “A Primeira Noite de Crime” (The First Purge) fala sobre essa possibilidade e mostra como seria o caos nas ruas dos Estados Unidos. Prelúdio de uma franquia iniciada em 2013, o longa traz ideias pertinentes mas escorrega em clichês e diálogos caricatos , que destoam do clima tenso e sombrio que o filme propõe. Uma pena.

Tudo começa quando uma empresa do estado de Nova York, juntamente com a Dra. Updale (Marisa Tomei), elabora um experimento chamado “The Purge”, que permite a qualquer pessoa expor a sua raiva da maneira que bem entender, inclusive machucar e matar o próximo.  Para participar, o indivíduo faz um investimento financeiro e o retorno acontece de acordo com a gravidade da ação (se matar alguém recebe muito mais do que investiu, por exemplo).

Nesse cenário turbulento, uma série de personagens começam a surgir com várias dificuldades, tendo que lidar com o experimento de alguma forma. Destaque para Dmitri (Y’Lan Noel), um traficante que manda na cidade e tenta se redimir dos erros durante o caos, além de Nya (Lex Scott Davis), uma jovem bonita que é contra a experiência mas acaba se envolvendo para tentar salvar a própria vida e a do irmão, Isaiah (Joivan Wade).

Quem também chama a atenção é Skeletor (Rotimi Paul), um sujeito maluco que se mostra como o maior devoto do “The Purge”. Sua loucura é tão absurda, que logo na primeira cena do longa já percebemos seu olhar alterado e ânimo exaltado. Pena que ao longo da trama ele vai ficando cada vez mais caricato, o que o faz perder toda a potência de um vilão poderoso.

“A Primeira Noite de Crime” até traz para discussão temas políticos pertinentes e atuais, porém, não os relata da melhor maneira possível, ou seja, prefere focar mais em sequências de ação repetitivas, o que é uma pena já que tinha abertura para despertar debates e questionamentos construtivos.

por  Pedro Tritto – Colunista CFNotícias