Crítica: Abominável


Ah, animações! A DreamWorks Animation nos presenteia mais uma vez com uma excelente produção, não só em roteiro mas também em qualidade de efeitos. “Abominável” (Abominable) é uma viagem pela China na companhia de Yi (Mharessa), Peng, Jin e Everest. Um enredo que é facilmente vendido para crianças, mas que encanta jovens e adultos com a mesma facilidade.

O longa dirigido por Jill Culton e Todd Wilderman começa com a fuga de um “monstro” enorme (Everest), de um laboratório de pesquisas que é controlado pela Dra. Zara, sob ordens do milionário rancoroso Burnish. A partir deste ponto começa uma caçada pela cidade até que o “abominável” consegue se esconder em um telhado.

Para a sorte de Everest, ele está no prédio de Yi, uma adolescente que passa o dia realizando diversos trabalhos pela vizinhança – para juntar dinheiro e realizar um sonho, que se tornou muito mais importante com a perda do pai. Sua mãe e Nai Nai (avó) não lidam bem com a ausência constante, porém a mãe acredita que é a forma que Yi encontrou para lidar com o luto.

No mesmo edifício vive Jin, garoto popular, bonito e que vive conectado às redes sociais. Ele é primo de Peng, um menino que adora Yi e sonha em ser um astro do basquete, mas que ainda é muito pequeno para isso.

Yi é a primeira a encontrar Everest e apesar do pavor inicial, ela entende que de abominável, o “pequeno” Yeti não tem nada e que ele só quer voltar para casa. Daí em diante começa um aventura inesperada pela China, e após muitas confusões por Xangai, os três (Yi, Jin e Peng) decidem acompanhar o “doce abominável” até seu lar, nos montes congelados dos Himalaias.

Jill, além de dirigir também assina o roteiro do longa, que na verdade não é o mais original já visto, contudo há uma delicadeza extrema com a qual a maior parte das cenas é conduzida, assim como há uma dosagem exata entre humor e emoção.

Os gráficos são incríveis, uma riqueza de detalhes imensuráveis, não é preciso entender muito de computação gráfica ou efeitos visuais para compreender que o trabalho executado ali beira a perfeição: as cores são vibrantes, os olhos das personagens, o rio, enfim, é necessário conferir.

Outro ponto alto foi a trilha sonora com músicas lançadas especificamente para o filme como “Beautiful Life” interpretada por Bebe Rehxa, entretanto o ápice foi na cena em que podemos apreciar “Fix You” do Coldplay, lançada em 2005, mas que casou perfeitamente com a mensagem transmitida pela animação.

Lembrando que o longa é uma parceria entre a Dreamworks Animation e a produtora chinesa Pearl Studio, e se passa no maior país asiático. Durante a peregrinação de Everest e Yi, veremos diversas paisagens do país, é uma espécie de imersão cultural animada.

Uma história sobre sonhos, perdão, autoconhecimento, amor e doação. É um filme que promete agradar a todos que gostam de uma boa animação. Vale prestigiar.

por Carla Mendes – especial para CFNotícias