Crítica: Alemão


alemao_textoHistória baseada em fatos e reportagens jornalísticas, mas que deve ser encarada como ficção. É com essa ressalva que Alemão, filme com roteiro de Gabriel Martins começa.

A narrativa se passa 48h antes da retomada do complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, dia 28 de novembro de 2010. A obra foge do mesmismo quando deixa evidente o conflito psicológico e interpessoal entre os policias, que em um filme comum, seriam sempre considerados os mocinhos.

Cinco policiais, Samuel (Caio Blat), Carlinhos (Marcelo Melo Jr.), Branco (Milhem Cortaz), Danilo (Gabriel Braga Nunes) e Doca (Otávio Müller), que vivem há anos no Complexo em busca de algo maior, a pacificação do local, se misturam com a comunidade e passam a viver os dramas e as alegrias dos moradores.

Quando o trabalho está praticamente finalizado, uma falha na operação faz que suas identidades sejam descobertas pelo chefe do tráfico, Playboy (Cauã Reymond – que a propósito, não leva jeito para interpretar um vilão).

A partir da evidencia, Playboy dá ordem de toque de recolher, bloqueia o sinal das operadoras e ordena que seus comparsas procurem os cinco policiais.

Alojados em um esconderijo, sujo e não recomendado para quem claustrofobia, os policiais sobrevivem com a esperança de sair do local vivos. Traçando uma estratégia para conseguir falar com o delegado Valadares (Antônio Fagundes), eles revelam como foram parar na missão.

Dirigido por José Eduardo Belmonte, o longa é ágil e proporciona uma reflexão sobre como era o tão famoso Complexo do Alemão antes da pacificação. Com excelentes atores e uma direção de fotografia impecável, o filme peca na direção de som. Tem horas é o volume do efeito está tão alto que não é possível ouvir o que os personagens falam.

Para quem gosta de cinema nacional, vale a dica para assistir e observar a evolução dos filmes produzidos no Brasil. Se a proposta era deixar o foco nos policiais até o fim, ela foi concluída com sucesso.

por Mayara Almeida – especial CFNotícas