Crítica: Amigos para Sempre


O remake americano de Intocáveis (Intouchables, 2011), “Amigos para Sempre”, já poderia ser previsto pela fama e arrecadação do título anterior (sete indicações ao prêmio César e US$430 milhões em bilheteria), no entanto muito se questionou sobre a necessidade de um remake de um filme tão recente.

O longa conta a história do milionário Philip, interpretado por Bryan Cranston, que após um acidente torna-se tetraplégico e, somado a perda da esposa, ficou desencantado com a vida. Cansado de passar por enfermeiras e cuidadores, Philip simpatiza por Dell, papel de Kevin Hart. Achando que sua existência poderia ter um fim mais rápido aos cuidados do, de início, pouco preparado Dell, Philip se surpreende ao reencontrar o prazer pela vida ao lado de seu inusitado cuidador.

Recém-saído da prisão, Dell busca se redimir com seu filho (Jahi Di’Allo) e com sua ex-esposa (Aja Naomi King), que por muito tempo foram negligenciados por ele. Ao mesmo tempo em que Philip reencontra um sentido na vida, Dell bota ordem na sua.

Apesar da escolha do humorista Kevin Hart para acenar para um viés mais cômico, o filme se mostra mais sério do que o original ao dar um maior background para a vida e problemas pessoais de Dell.

Ainda que com as interpretações sérias e contidas de Kevin e Bryan, adequadas à proposta, o longa se mostra cativante, mesmo que sem o brilho da produção anterior.

A direção de Neil Burguer infelizmente não enaltece a trama e mesmo atrizes renomadas como Nicole Kidman ficam apagadas. A produção se mantém pelas atuações dos atores principais que tornam o roteiro mais leve, emocionante e verossímil.

Mesmo o remake não sendo totalmente justificado, é uma boa pedida, em especial para quem não viu o original francês, uma vez que traz algo de novo, ainda que de forma singela.

por Isabella Mendes – especial para A Toupeira