Crítica: Aquaman


Chega aos cinemas hoje a nova adaptação das  histórias em quadrinhos de um personagem nem sempre compreendido, mas que agora abre seu caminho pelas águas turbulentas para conquistar seu lugar no panteão dos grandes heróis das telonas: Aquaman nada, luta muito e não morre na praia.

Pelas mãos do diretor James Wan (Invocação do Mal) somos apresentados ao meta-humano que é o soberano dos mares e Aquaman (Jason Momoa) mostra para o que realmente veio.

Mas é importante ressaltar que comparações com outras franquias estão totalmente fora de contexto, pois cada herói e seus arcos de histórias são únicos. Estou me referindo a eterna disputa entre os fãs da DC e Marvel: sejamos honestos e realistas são coisas totalmente diferentes cada lançamento.

Posso afirmar com total convicção que Aquaman é o melhor filme da franquia DC desta nova geração de produções, pois a trilogia do Batman de Christopher Nolan ainda não foi (e duvido que seja) superada, então ela não entra nesta afirmação.

Aquaman possui todos os elementos essenciais para se tornar um grande sucesso. Roteiro muito bem estruturado e com uma trama sensacional, vilões adequados e com características que não são ridículas, piadas na medida certa e com sentido, o tom sombrio e sério que é marca da DC Comics e muita ação em terra e no mar.

O personagem durante muito tempo foi ridicularizado e deixado para um segundo ou terceiro plano, mas agora foi magistralmente resgatado e volta a ocupar um lugar de destaque muito merecido ao lado dos grandes heróis do cinema como Batman, Superman e Mulher-Maravilha.

A trama desta produção representa a origem do personagem. Conhecemos a Rainha Atlanna (Nicole Kidman) que ao fugir de um casamento arranjado se apaixona por Tom Curry (Temuera Morrison), e deste amor nasce Arthur Curry, que seria conhecido mais tarde como Aquaman. Arthur não quer saber do trono de Atlantis por se achar indigno, mas é convencido por Mera (Amber Heard) que é necessário enfrentar o atual regente Rei Orm (Patrick Wilson) para que não ocorra uma guerra entre o mundo terreno e aquático.

Os dois saem em uma cruzada em busca do mítico tridente do primeiro regente de Atlantis. Em seu caminho cruzarão com os soldados de Orm e serão perseguidos pelo vilão Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen II), que em sua sede de vingança não medirá esforços para matar nosso herói.

Vou escrever o que normalmente penso sobre atuações em filmes de heróis dos quadrinhos: estamos acompanhando uma narrativa sobre uma situação mítica e lúdica, os atores e atrizes representam personagens que fogem de todos os padrões que são aceitos pelas academias de cinema no mundo como espetaculares, sentimentais, dramáticas e influenciadoras.

Vemos uma película de ação e aventura, ou seja, queremos nos divertir e acreditar nas atuações de seus intérpretes como nossos heróis e é isso que ocorre em Aquaman, acompanhamos na tela a transposição de uma maravilha história em quadrinhos para a projeção e temos uma instantânea imersão na trama.

Lembremos que o único ator que conquistou um Oscar de melhor interpretação como coadjuvante em um filme baseado em quadrinhos foi Heath Ledger – o Coringa de Batman: O Cavaleiro das Trevas -, ou seja, este é um padrão bem alto de personificação para o segmento de super-heróis (e vilões).

O longa tem pouco 2 horas e 24 minutos, mas não é cansativo, muito pelo contrário. Senti que queria mais e poderia ficar na sala de cinema por mais tempo, sossegado.

Não tenha dúvida na escolha de seu filme para este final de semana: assista Aquaman e mergulhe de cabeça nesta história emocionante e cativante.

por Clóvis Furlanetto – Editor e membro da Liga da Justiça