Crítica: As Rainhas da Torcida


“As Rainhas das Torcida” (Poms), comédia dirigida por Zara Hayes, conta a história de Martha (Diane Keaton), uma senhora com câncer terminal, que decidiu deixar de lado seus pertences e a vida na cidade grande, para morar em um lar de idosos.

A princípio o objetivo era ter uma vida tranquila enquanto esperava a morte chegar, porém, ao conhecer sua vizinha Sheryl (Jacki Weaver) seu plano sai um pouco do controle. No decorrer da história, surge uma amizade entre elas, e Sheryl incentiva Martha a ser líder de torcida, como tentou ser em sua juventude. Juntas elas decidem montar um grupo com outras idosas, e provam que é possível se divertir na melhor idade.

Particularmente, achei o máximo toda a produção do longa, o fato de contar com um elenco composto em sua maioria por idosos, trouxe um resgate de personagens que não estamos acostumados a ver. Foi evidenciado que existiam limitações para aquelas pessoas, mas que isso não era empecilho para não se divertir, ao contrário, era uma forma de mulheres mais velhas se olharem internamente, se redescobrirem, e encontrarem algo prazeroso que as motivasse.

O filme transmite muitas lições importantes, dentre elas está o conceito do que realmente significa envelhecer. Logo no início, Martha narra um pouco do que muitos esperam da vida adulta: filhos, coisas acumuladas, mas sabemos que a realidade é diferente. Muitas pessoas se baseiam em algumas escolhas já pensando em sua velhice, e o longa conseguiu retratar essa fase de uma forma leve e gostosa de assistir. Embora seja um lar para idosos, ninguém ali aparenta ter a idade que tem, são pessoas que esbanjam vitalidade, que mesmo com um ou outro problema de saúde, são felizes, e que atualmente só buscam sossego.

Juntar um grupo de senhoras e fazer delas líderes de torcida, é ir contra um baita preconceito de que idosos não podem fazer nada. As personagens provaram como é importante manter o corpo em movimento, não só por um bem-estar físico, mas principalmente pelo mental. Todas puderam se conhecer melhor e mostraram a si mesmas o quanto são poderosas, que idade é só um número, que diversão é imprescindível, e que nunca é tarde para fazer o que sonha.

por Victória Profirio – especial para CFNotícias