Crítica: As Trapaceiras


Dirigido por Chris Addison, “As Trapaceiras” (The Hustle) conta a história de Josephine (Anne Hathaway) e Penny (Rebel Wilson), duas jovens golpistas com métodos de atuação um pouco diferentes.

Josephine é uma mulher elegante, já Penny é mais informal e despojada, mas ambas procuram homens ricos para praticar seus golpes. Elas se encontram no decorrer do filme, onde é criado certo conflito de interesse: uma passa a precisar da ajuda da outra, para que seus planos deem certo.

A partir de uma aposta, elas conhecem o mais novo milionário da tecnologia, Thomas Westerburg (Alex Sharp) e passam a concorrer pela fortuna do jovem, mas irão descobrir que podem trabalhar juntas ou que serão grandes concorrentes.

Apesar de ser uma comédia, o longa arranca poucas risadas, não tem nada extremamente divertido. O diálogo é construído de forma bem inteligente, o sarcasmo é empregado diversas vezes, o que acredito que nos poupou de alguns palavrões, coisa que tem sido acrescentada como forma de humor.

Anne Hathaway está excelente, com seu jeito delicado dá vida a uma personagem com traços de sofisticação na medida certa – inclusive com o sotaque inglês que a atriz utiliza, dificilmente consegui identificar seu sotaque americano. Quanto a Rebel Wilson, acredito que a produção são soube a aproveitar corretamente: a atriz que também é comediante, tem cenas um pouco forçadas, muitas vezes é retratada como folgada ou grudenta demais, fato que poderia ter sido desenvolvido de outra maneira.

Normalmente, longas com protagonistas espertalhões tendem a ter um final clichê, mas este tem um diferencial, o que é muito bacana, já que por mais que não seja hilário, ele é atrativo, e gera uma expectativa quanto ao futuro das personagens. O final é bem interessante e acredito que é uma jogada bem assertiva da produção, já que ninguém imaginaria que algo do tipo pudesse acontecer.

É uma comédia que vale a pena prestigiar, o jogo de articulação que as protagonistas utilizam é empolgante, isso faz com que o enredo cative e que coloca o público nessa disputa junto com as personagens. No final acabamos por jogar do mesmo lado.

por Victória Profirio – especial para CFNotícias