Crítica: Atômica


Espionagem é coisa para mulher também! No gênero em que James Bond, Jason Bourne e outros personagens masculinos imperam, é muito bom ver agora uma mulher detonando, ainda mais se essa mulher é Charlize Theron ou seja, linda, elegante e durona. Se duvida, basta assistir “Atômica”, novo filme dirigido por David Leitch, o mesmo que vai comandar “Deadpool 2”.

No caso, a estrela de “Mad Max: Estrada da Fúria” vive Lorraine Broughton, uma espiã que é convocada para ir até Berlim durante a Guerra Fria para investigar o assassinato de um oficial e recuperar uma lista perdida de agentes duplos. Com a ajuda de David Percival (James McAvoy), chefe do local, a assassina vai precisar de toda a sua habilidade para cumprir sua missão.

Desde o início, já vemos que Lorraine não deixa a desejar em relação a qualquer espião do cinema, seja no confronto corpo a corpo ou na hora de enfrentar seus superiores na sala de interrogatório. Aliás, é importante dizer que o filme começa com ela sendo convocada para um depoimento para explicar os erros de sua missão na Alemanha. A partir daí, o que vemos são flashbacks com cenas de ação de tirar o fôlego.

E não é exagero dizer isso. Em uma das grandes sequências do filme, vemos Lorraine dentro de um quarto, onde encontra cinco policiais alemães. Sem muitas armas disponíveis, a moça pega uma corda e começa a usar contra os sujeitos. Entre uma laçada e outra e ao som da música “Father Figure”, de George Michael, ela não tem vergonha de usar as mãos, os pés e até uma geladeira para derrubar os inimigos. O mais impressionante é que, mesmo com toda essa intensidade, a elegância das vestimentas e a pose da personagem não se perdem.

Aliás, a trilha sonora merece uma atenção especial. Se George Michael embala essa luta, outros clássicos da música pop contam de maneira empolgante a jornada da espiã, como “Major Tom” (Peter Schilling), “Under Pressure” (Queen) e Cat People (David Bowie). No entanto, bom mesmo é quando surge “London Calling”, da banda The Clash, que enaltece a protagonista ao esbanjar confiança e classe, mesmo com o rosto todo ferrado.

Dá para perceber que as virtudes são muitas, mas infelizmente o longa apresenta alguns deslizes. Os principais deles envolve o roteiro, que, mesmo sendo rebuscado e surpreendente, ele é confuso e arrastado em alguns momentos, o que pode soar cansativo para o espectador. Não dá para piscar, pois pode perder algum detalhe importante,

A boa notícia é que essas falhas não comprometem a diversão. Para quem quer ver um filmaço (o melhor de ação do ano até aqui), “Atômica” é o nome dele, afinal de contas, traz um estilo próprio, classe e respeito. Detona tudo Charlize, ou melhor, Lorraine, que agora é a sua vez!

Por Pedro Tritto – Colunista CFNotícias