Crítica: Ave, César!


George Clooney em Ave, César!

Como é a vida de um produtor de cinema? Tranquila? Estressante? Corrida? “Ave, César!”, novo filme dos irmãos Ethan e Joel Cohen, mostram de maneira bem humorada o dia a dia de um grande estúdio. E essa é um dos grandes trunfos do longa.

Além de conter bastante humor, a história possui grandes sacadas sobre a rotina dos cineastas. Sem dúvida, a cena em que o diretor Laurence Laurentz (Ralph Fiennes) faz um teste com o ator Hobie Doyle (Alden Ehrenreich) é uma das mais divertidas do longa.

Nela, Doyle, que é um astro por ser o protagonista de um filme de faroeste, precisa fazer um drama clássico e apresenta grandes dificuldades na hora de falar uma simples frase sem o seu “sotaque de cowboy”, irritando profundamente Laurentz.

E não é apenas o humor que se sobressai no longa. O elenco também é outro ponto forte. Em uma equipe cheia de estrelas, vale destacar as atuações de Josh Brolin (Evereste), o centro das atenções como Eddie Mannix, e George Clooney, que vive o ator Baird Withlock.

Em contrapartida, mm dos poucos deslizes do longa é não se aprofundar em alguns personagens secundários. O caso mais emblemático é o de Scarlett Johansson (Vingadores: Era de Ultron), que aparece em poucas cenas, mesmo vivendo uma figura interessante da história.

A trama se passa em 1950 e gira em torno de Mannix, que tenta administrar a produção de vários filmes no estúdio Capitol Records. Tudo é muito corrido, com diversas crises que precisam ser administradas imediatamente. É diretor descontente com ator, atriz que está grávida (Johansson) e precisa achar um marido para não comprometer a sua imagem e por aí vai.

Tudo fica ainda mais nebuloso para o produtor quando Witchlock, sua maior estrela, é sequestrado durante as filmagens de seu novo filme por uma organização chamada Futuro.

Satírico e inteligente, “Ave, César!” é preciso ao fazer uma crítica construtiva da chamada “Era de Ouro de Hollywood”. Sem ser pastelão, ele foca nos dilemas dos astros problemáticos, no forte assédio da imprensa e na tentativa de abafar os pecados dos queridinhos do público. Se você quer ter uma ideia de como funcionam os bastidores de Hollywood, os irmãos Cohen te dão o caminho.

por Pedro Tritto – Colunista CFNotícias