Crítica: Aves de Rapina (Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa)


Chega aos cinemas a aguardada nova produção da Warner Bros. e DC Comics, que promete abalar as estruturas do que conhecemos como entretenimento de histórias em quadrinhos na tela grande. “Aves de Rapina (Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa)” (Birds of Prey – And the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn) é uma história de emoção, diversão e loucura em proporções épicas.

A trama é narrada em primeira pessoa por, nada mais nada menos, que Harley Quinn / Arlequina (Margot Robbie) e conta uma série de desventuras iniciadas quando ela termina seu atribulado relacionamento  com o Coringa, e que culminam em como conheceu aquelas que seriam suas aliadas em uma alucinante aventura pelo submundo de Gotham City: Helena Bertinelli / Caçadora (Mary Elizabeth Winstead), Dinah Lance / Canário Negro (Jurnee Smollett-Bell), Renée Montoya (Rosie Perez) e Cassandra Cain (Ella Jay Basco).

Após o rompimento, e depois de destruir um dos esconderijos de seu “ex-pudinzinho”, a Palhaça Princesa do Crime começa a ser perseguida pelos piores criminosos da cidade, pois perde a importante imunidade de quando era a consorte de Coringa.

Para complicar ainda mais, também terá que correr contra o tempo, para evitar que Roman Sionis (Ewan McGregor) – o vilão Máscara Negra – ponha as mãos em um inestimável tesouro que transformará o influente mafioso em uma espécie de rei de Gotham. E nessa alucinante cadeia de acontecimentos encontrará apoio dessas inusitadas heroínas com passados nebulosos.

Eu estou verdadeiramente maravilhado com o filme, pois é uma obra cinematográfica que nos prende do começo ao fim. Arlequina nunca esteve tão louquinha e inconsequente e nos arrasta com facilidade para dentro de seu mundo de insanidade e perda de foco, o que garante uma ótima diversão.

Alguns de vocês podem estar se se perguntando: “Mas, afinal, o que / quem são as Aves de Rapina?”. Eu explico. Originalmente este grupo formado por super-heroínas foi organizado por Bárbara Gordon (Batgirl), que após ser baleada pelo Coringa na HQ “A Piada Mortal”, ficou paralisada e decidiu combater o crime de outra forma assumindo a identidade de Oráculo e, com seus conhecimentos de informática e análise de dados, começou a acumular informações para ajudar na busca e prisão de criminosos.

Vale lembrar que no longa dirigido por Cathy Yan e roteirizado por Christina Hodson, a equipe que nos é apresentada é apenas baseada na formação original, sem a presença de Oráculo e com a aquisição de outras personagens, mas não é nada que interfira ou seja um problema para a trama.

A sucessão de cenas que compõem a obra em seus 109 minutos é fantástica, não ficamos cansados em acompanhar a trajetória de todas as personagens. Além disso, temos piadas sensacionais, lutas (magistralmente coreografadas Chad Stahelski, que já havia entregado um trabalho fantástico na franquia “John Wick”), tiros e grandes explosões – com direito a uma inusitada gama de artefatos “brilhantes” – todos os elementos que adoramos nos quadrinhos e agora estão nas telas dos cinemas para nossa diversão. Ah! E ainda tem uma hiena de estimação (feita em CGI, é claro) para deixar tudo ainda mais excêntrico!

Apesar de escandalosamente colorido e com um ar cômico dando o tom a quase todas as cenas, “Aves de Rapina (Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa)” não é um filme indicado para crianças. Sua temática é totalmente adulta, são muitas cenas de violência extrema e roteiro tem diversas falas ácidas. Aconselho a deixar os pequenos em casa, mesmo porque a classificação etária fixada nos cinemas brasileiros é para maiores de 16 anos.

São tantas coisas que acontecem na tela que contar por aqui é impossível e seria um crime (não para a Arlequina!) estragar as muitas surpresas que esperam pelo público. Por isso, vá ao cinema e deixe-se levar pela mente insana e perigosa desta insuperável personagem em uma aventura sem limites.

por Clóvis Furlanetto – Bat-Editor

*Filme assistido durante Cabine de Imprensa promovida pela Warner Bros. Pictures.