Crítica: Blackout – A Batalha Final


Blackout – A Batalha Final” (The Blackout / Avanpost) é um filme russo lançado no fim de 2019. Dirigido por Egor Baranov, mistura elementos de suspense, ação, guerras e zumbis, com uma boa dose de ficção científica que se desenrola de forma surpreendente ao longo da trama.

Logo no início, mostra que algo de muito errado aconteceu com a Terra sem causa conhecida. Em um futuro que não parece muito distante, um apagão atingiu todo o planeta, exceto uma pequena área na Europa Oriental.

Apesar do local ainda ter eletricidade, a comunicação com o resto do mundo parece impossível e um grande mistério se instaura. Em uma missão, a força militar da região descobre que, fora dessa área todas as pessoas estão mortas e a causa é uma toxina produzida pelo próprio corpo humano, além do fato de que tropas que foram muito além da área da quarentena não retornaram.

A história nos mostra os acontecimentos seguintes pela visão de um grupo de soldados designados a proteger e investigar as fronteiras do único lugar aparentemente a salvo do planeta, chamado, em oposição ao resto do mundo, de “Círculo de Vida”.

O longa aparenta ter sido produzido para ter apelo para um público além do da Rússia, adequando-se a uma narrativa hollywoodiana. Ainda assim não há como negar que tem uma personalidade própria e vai além dos clichês. A mistura de elementos, dos cercos de guerra à ficção científica, é feita com um considerável sucesso e dá uma cara nova ao resultado.

O roteiro cria soluções inteligentes para lidar com os efeitos especiais e faz um bom uso do CGI, recorrendo a um design simples, mas interessante. A produção também é convincente nas cenas urbanas e de combate militar, sendo bem sucedida no ar de grandiosidade que deseja passar.

Contando com 127 minutos de duração, por mais que mereça destaque por alguns elementos e tenha momentos bem conduzidos, o filme que chega ao Cinema Virtual poderia ser mais curto, pois há cenas desnecessárias para o andamento da narrativa e um ritmo por vezes arrastado, quebrando o clima de tensão e suspense da trama.

Também poderia ser melhor no desenvolvimento de seus personagens principais, que não ganham a profundidade necessária ao longo da exibição. Na tentativa atrasada de criar uma carga dramática, acaba por gerar sequências confusas com conflitos inexplicáveis.

Contudo, “Blackout – A Batalha Final” tem um desenvolvimento intrigante e traz elementos que podem surpreender os amantes de ficção científica. Com uma metáfora interessante sobre o comportamento humano, é uma boa pedida para quem deseja um entretenimento descompromissado e distante dos clichês do gênero.

por Isabella Mendes – especial para CFNotícias

*Título assistido via streaming, a convite da Elite Filmes.