Crítica: “A Comédia Divina”


Não sou o que se pode chamar de fã de cinema nacional. Se tiver essa opção, evito ver as produções locais, mas desta vez, estando no inferno, caí nos braços do diabo (literalmente).

Sim, fui cativada pelo filme “A Comédia Divina” que tem a direção de Toni Venturi e traz Murilo Rosa como o Diabo, Zezé Motta como Deus, além dos ‘mortais humanos’ Raquel (Mônica Iozzi), Mateus (Dalton Vigh) e Lucas (Thiago Mendonça) como protagonistas.

Baseado no conto “A Igreja do Diabo” de Machado de Assis, o longa me fez rir muito com um humor inteligente, cheio de sacadas incríveis. A produção mostra o que aconteceria se o demônio em pessoa, cuja popularidade nunca esteve tão em baixa, decidisse fundar sua própria igreja na Terra.

Enquanto isso, no céu, sem mostrar nem um traço de preocupação com a novidade, Deus na versão feminina e brasileira de Zezé Motta em um figurino sublime, ao contrário do Deus que joga dados de Albert Einstein, convida o impecavelmente vestido Diabo a jogar cartas.

As provocações não param por aí, algumas sátiras sutis a respeito de nossa atualidade estão lá, a crítica à sociedade brasileira também. Nada que amargue a história. Ao contrário, tempera muito bem. Risadas garantidas!

Os efeitos especiais e as locações divertem os olhos enquanto o desfecho demora a chegar, mas Divinópolis que se cuide! A faixa com o nome da cidade na parte final do filme supera a falta de química entre o casal na hora do suave desfecho.

Enfim, atesto: Um deleite que vale conferir nos cinemas!

por Maria Gabriela Pereira – especial para a CFNotícias