Crítica: Desaparecidos


Filmes de suspense policial, em sua grande maioria, têm a capacidade de prender o espectador junto à trama e fazê-lo desvendar o principal ponto da história junto ao protagonista. Em “Desaparecidos” (Vanishing), dirigido por Denis Decourt, essas características não são tão aparentes.

Baseado no romance escrito por Peter May, “The Killing Room”, o longa francês tem a história passada em Seul, capital da Coreia do Sul, e apresenta todos os elementos de uma obra do gênero policial com assassinatos em série, levando a uma complexa investigação que, conforme avança, mostra-se como algo muito maior do que parecia.

Ao fim, os protagonistas que estão em histórias paralelas se encontram e se envolvem. Mas, uma sensação de pressa, graça a algumas opções do roteiro (escrito por Peter May, Denis Dercourt e Marion Doussot). Certa “desordem” dos fatos mostrados em tela faz com que o espectador fique com dúvidas quanto a outros rumos que poderiam ter sido tomados.

As histórias paralelas parecem não possuir uma conexão forte o suficiente para demonstrar a realidade, com algumas decisões exageradas para chegar a um objetivo final, o que se amplifica no tempo de ação que nem sempre acompanha os melhores momentos para acontecer.

As interpretações de Olga Kurylenko e Yoo Yeon-seok, que vivem Alice Launey e Park Jin-ho, respectivamente, são o maior destaque do título da A2 Filmes que chega aos cinemas brasileiros. A entrega das atrizes (assim como de outros coadjuvantes) é visível, mas não tem a força suficiente para fazer a produção “decolar”.

Com sua duração enxuta de 88 minutos, “Desaparecidos” acaba migrando entre vários gêneros: suspense, drama, policial, suspense, forense, mas sem se aprofundar em nenhum, o que pode parecer excessivamente confuso para parte do público que busca algo mais centrado.

por Artur Francisco

*Texto originalmente publicado no site A Toupeira.