Crítica: Dog – A Aventura de uma Vida


É evidente que filmes com cachorros sempre têm um apelo emocional muito grande. Parte porque convivemos com eles há milênios, parte porque eles realmente preenchem um espaço importante em nossas vidas.

Para muitos, cachorros são espécies de animais considerados como membros da família, como filhos e netos, e recebem todo o cuidado necessário. Alguns consideram como anjos de quatro patas, responsáveis por nos tirar de momentos sombrios da vida, por alegrar os mais tristes indivíduos, proteger os inocentes e por dar amor. E estes são os pilares que sustentam Dog – A Aventura de uma Vida (Dog), filme dirigido por Channing Tatum e Reid Carolin.

A história é protagonizada por Channing Tatum interpretando um veterano do exército estadunidense chamado Jackson Briggs, com a responsabilidade de conduzir a pastora belga militar Lulu pela Costa do Pacífico para chegar ao funeral de seu antigo tutor. Ao longo da jornada, ambos irão aprender a aceitar seus distúrbios de stress pós-traumático e dificuldades de estabelecer ligações emocionais.

O filme é simplesmente uma jornada com diversos temas importantes, como depressão, dificuldades de relacionamento, confiança e amizade. É impressionante como o roteiro de Reid Carolin e Brett Rodriguez consegue amarrar tão bem questões psicológicas com uma trama profundamente ligada não apenas ao cachorro, mas também problemas reais de ex combatentes estadunidenses.

Aqui, de forma descontraída, muitos temas são expostos e debatidos de maneira contundente e Channing Tatum entrega e muito com sua atuação. Ainda que ele esteja em sua zona de conforto com o modelo que o filme apresenta, Tatum sabe se virar muito bem com cenas claramente individuais, mas que exigem um esforço teatral enorme. Em muitos momentos, o ator passa confiança ao falar diretamente com a pastora belga Lulu.

Por outro lado, a história possui apenas um objetivo. O relacionamento de confiança entre os personagens centrais vai sendo costurado de maneira muito rápida, o que acaba sendo muito superficial. As reviravoltas também não são espetaculares, inclusive com um final que pode ter sido uma decisão fácil demais para os roteiristas encaixarem.

De qualquer maneira, Dog – A aventura de uma vida entrega um ótimo entretenimento, com uma história para tirar o lencinho do bolso, além de proporcionar debates com os temas profundos expressos em tela. É sem dúvida uma estreia muito boa com Channing Tatum e para os fãs de filmes caninos é um título que não pode passar despercebido.

por Artur Francisco – especial para CFNotícias

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Diamond Films.