Crítica: Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio


Entra em cartaz no Brasil uma das obras de terror mais conceituadas na atualidade: “Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio” (The Conjuring: The Devil made me do it), que promete conduzir o público em mais uma assustadora experiência cinematográfica.

A franquia iniciada em 2013, com “Invocação do Mal” é considerada pela crítica e fãs como uma das melhores do gênero, dando espaço para spin-offs protagonizados por alguns de seus personagens, como “Anabelle” em três filmes (2014/2017/019) e “A Freira” (2018).

Os longas têm histórias baseadas em fatos tidos como reais e que foram vividos pelo casal de paranormais Ed e Lorraine Warren, interpretados respectivamente por Patrick Wilson e Vera Farmiga, que em suas muitas décadas de investigações e perseguição ao mundo sobrenatural acumularam uma vasta experiência no assunto.

Nesta nova produção, temos dentro dos arquivos dos caçadores do paranormal, algo que relatam como sendo um de seus casos mais intrigantes, pois, ao investigarem uma suposta possessão demoníaca, entram de cabeça em uma trama macabra, na qual a alma de um garoto está em jogo. Inclusive, esta foi a primeira vez nos Estados Unidos que um acusado de assassinato se declara inocente por estar sob o poder do demônio.

David Glatzel (Julian Hiiliard) é um garoto de 11 anos que tem sua vida mudada ao ser possuído por uma entidade maléfica. Sua mãe procura a ajuda dos Warrens para tentar libertar a alma do menino, mas, durante o ritual de exorcismo, o futuro cunhado de David – o jovem Arne Cheyenne Johnson (Ruairi O’Connor) – desafia o demônio a possuir seu corpo. Isso ocorre e agora o rapaz é a nova casa do mal.

Arne é acusado de matar seu patrão, Bruno (Ronnie Gene Blenvins), e é condenado pela justiça, afinal, não apresenta um álibi que poderia ser considerado plausível, apenas a justificativa de que não tinha plena consciência do que estava fazendo, por estar possuído.

É quando os paranormais precisam entrar em ação para tentar provar, pela primeira vez em um tribunal americano, que um brutal assassinato foi cometido através de possessão demoníaca.

“Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio” é tenso e cheio de reviravoltas. Conta com muitas cenas interessantes – inclusive ótimos flashbacks de quando os protagonistas se conheceram – e deixa visível a evolução da saga sobrenatural.

O que achei mais surpreendente é que quando ouvi pela primeira vez que a história trataria de possessões / exorcismos, pensei que o resultado seria apenas mais um daqueles filmes que ficam presos apenas nestes assuntos, mas não é isso que acontece.

Dirigindo pela primeira vez um filme da franquia, Michael Chaves acerta em cheio nas cenas mais explícitas e consegue mesclar suspense e terror com a mesma competência. Não espere por sustos exagerados (embora os jumpscares ainda sejam uma marca importante), e tenha em mente que as mudanças em tela engrandecem o já ótimo trabalho visto até aqui.

Leve, além das proteções habituais de máscara e álcool em gel, seu kit de crucifixo e água benta, e vá reencontrar os Warrens no cinema.

por Clóvis Furlanetto – Editor

*Título assistido em sessão regular de cinema.