Crítica: Jack Reacher – Sem Retorno


Tom Cruise e Cobie Smulders em Jack Reacher: Sem Retorno

Se na Liga da Justiça a santíssima trindade é formada por Batman, Superman e Mulher-Maravilha, no mundo da espionagem pode-se dizer que esse posto é formado por James Bond (007), Jason Bourne e Ethan Hunt (Missão Impossível). Jack Reacher, personagem criado pelo escritor Lee Child e estrelado por Tom Cruise no cinema, não faz parte desse grupo.

No entanto, isso não quer dizer que ele não mereça atenção. Pelo contrário! “Jack Reacher: Sem Retorno”, segundo longa do ex-militar, nos mostra isso. Mesmo sem ter o carisma do espião britânico ou do membro da IMF, o herói da série de livros de Child conquista o público por ser preciso e calculista a cada passo que dá em suas missões.

Logo na primeira cena já aprendemos a admirar essas virtudes. Tranquilo em um bar após derrubar alguns oponentes no chão, Reacher narra com exatidão para um policial o que vai acontecer nos próximos minutos. A partir daí, vemos quem realmente manda no pedaço.

Se no primeiro filme, “O Último Tiro”, vemos o personagem vivido por Cruise envolvido numa conspiração intrigante, agora podemos apreciar com mais detalhes as habilidades desse personagem, já que o longa traz mais ação em relação ao antecessor.

Nesse caso, o justiceiro encara lutas e perseguições mais intensas, o que o transforma em alguém bastante forte no combate com os inimigos. E isso é bom, afinal de contas, as tais cenas de ação seguram o ritmo da trama. Destaque para a sequência do avião, em que, calmamente, o protagonista bate em um bandido e o prende dentro do banheiro, sem levantar qualquer suspeita dos passageiros.

Também vale elogiar a Major Susan Turner (Cobie Smulders). Na história, ela é presa após ser acusada de ter vazado informações confidenciais do exército e recebe a ajuda do colega militar para provar sua inocência. O legal aqui é notar que a personagem não á apenas um rostinho bonito, e sim alguém à altura do protagonista, ou seja, extremamente inteligente e durona na hora de brigar.

Se os personagens se destacam, infelizmente a trama nem tanto. Mesmo com elementos interessantes (o justiceiro pode ser pai de uma menina de 15 anos, por exemplo), a história segue a mesma estrutura do primeiro filme, o que significa que não há grandes surpresas e dá até para adivinhar o final.

De qualquer forma, “Jack Reacher: Sem Retorno” é dinâmico, ágil e divertido. Mesmo não sendo uma referência dentro do gênero de ação, o longa se justifica como um bom entretenimento, afinal de contas, possui um personagem que não é (ainda) da elite da espionagem, porém, é durão e bom no que faz.

Por Pedro Tritto – Colunista CFNotícias