Crítica: “Kin”


Com uma mescla de ficção científica, drama, suspense e road trip, Kin”, baseado no curta “Bag Man” (2014) faz várias – boas – promessas ao telespectador, mas apesar de vários pontos altos, não consegue concretizar todas elas.

Dirigido por Jonathan e Josh Baker e produzido por Shawn Levy (Stranger Things), o filme tem um charmoso ar dos anos de 1980 que combina muito com os traços de ficção científica da trama e até mesmo com o seu núcleo “máfia”. O filme gira em torno de dois eixos centrais, ambos vistos pelo ponto de vista do pequeno Eli, filho adotivo, criado por um pai viúvo. O primeiro dos eixos gira em torno de uma estranha arma encontrada por Eli, aparentemente vinda de um outro mundo com uma tecnologia muito superior. O segundo é a chegada de seu irmão mais velho, recém saído da prisão e com uma grande dívida à um bandido local.

Esses dois eixos movimentam a trama ao gerar uma perseguição a Eli e seu irmão, de um lado pelos bandidos que caçam Jimmy – chefiados por um quase irreconhecível James franco, e por outro lado por dois seres do mesmo mundo da arma, que provavelmente querem levá-la de volta ao seu mundo de origem.

A fotografia do filme é belíssima, e para os fãs da década de 1980, certamente nostálgica. A cidade de Detroit é muito bem apresentada e combina muito bem com o clima do longa. A trilha sonora, a encargo majoritariamente da banda Mogwai, também cumpre muito bem seu papel, combinando tanto com a parte mais dramática e de suspense do filme, quanto com a parte de ficção científica e aventura. No entanto, isso tudo ainda não entrega tudo que “Kin” poderia ter sido.

O roteiro infelizmente faz com que os personagens não se desenvolvam bem. Apesar de interessantes tanto o drama familiar quanto a ficção científica não se desenrolam de uma forma boa, deixando um pouco a desejar para quem está assistindo. No entanto vale mencionar que os efeitos são muito elegantes, em especial nos minutos finais do filme, que certamente teriam merecido mais tempo.

Nesses mesmos minutos derradeiros, o longa nos entrega sinais do início de uma franquia, que o público e as bilheterias dirão se existirá ou não. Apesar de algumas falhas, adoraria ver uma sequência do filme, dessa vez com mais atenção à construção dos personagens e roteiro, e com mais da intrigante, porém não muito bem utilizada, ficção científica – que parece ter o ator Michael B. Jordan como seu maior trunfo.

por Isabella Mendes – especial para CFNotícias