Crítica: Meu Amigo Enzo


“Meu Amigo Enzo” é uma adaptação do premiado livro de Garth Stein “The art of  Racing in the rain“. E sim, é mais um filme de cachorrinho e como na maioria das adaptações, o longa-metragem possui algumas diferenças da obra original.

O drama dirigido por Simon Curtis é narrado por Enzo (Kevin Costner), que em seus momentos finais, faz um retrospecto dos anos vividos ao lado de seu amigo Denny (Milo Ventimiglia). O cãozinho foi adotado ainda filhote e recebeu o nome devido à paixão de Denny por corridas automobilísticas.

No princípio eram apenas os dois e sua amizade inabalável, até que Denny se apaixona por Eve (Amanda Seyfried) e daí em diante, Enzo passa a dividir as atenções e o espaço com a garota. Não há grandes divergências e até o fim ele descobrirá o amor e a cumplicidade que existe entre ele e Eve.

Um dos passatempos favoritos do “doguinho” é assistir à televisão, e por meio de um documentário mongol, ele descobre que cães que encerram sua jornada animal podem reencarnar como seres humanos. A partir disso dedica-se a observar e aprender a rotina de todos à sua volta, para saber como agir em sua próxima vida.

Além da visão de Enzo sobre a vida, também nos vemos envoltos nos problemas enfrentados por Denny que é piloto profissional – possui habilidades especiais para correr na chuva – porém ainda não teve sua grande chance de realizar o sonho de correr na Fórmula 1.  Algo nostálgico aos espectadores são as inúmeras vezes em que Ayrton Senna é citado.

Quando os dramas familiares – envolvendo Denny, Eve e a filha deles – começam a se intensificar, temos a impressão que Enzo é apenas um espectador – ele continua a narrar, contudo sua participação para o desenrolar da trama é irrelevante, e é nesta parte que o roteiro deixa a desejar.

O filme não possui grandes cenários ou surpresas, mas talvez seja isso que o torna tão confortável e prazeroso, dando a sensação de proximidade, não só com Enzo, mas com todo o resto.

Vale lembrar que é do mesmo estúdio de “Marley e Eu”, então já sabe, né? Prepare seus lencinhos, pois conforme esperado do gênero, é provável que algumas lágrimas sejam derramadas.

por Carla Mendes – especial para CFNotícias