Crítica: Meu Amigo Robô


“Meu amigo Robô” (Robo) é um dos destaques da semana da plataforma Cinema Virtual. O filme que de ficção científica, é uma aventura simplesmente fofa, de encher os olhos de qualquer criança e por que não os nossos olhos adultos também?

A história é bem simples: um casal de cientistas trabalha arduamente em um protótipo de robô para salvamentos, contudo o A-112 apresenta algumas “falhas” na comunicação, o que deixa claro para equipe que ele ainda precisa de ajustes.

Enquanto isso, o filho do casal, Dimitry (ou Mitya, como é carinhosamente chamado), estuda em uma escola em que ele não se sente confortável, afinal o foco do colégio é formar grandes cientistas e o menino quer ser artista, assim como Da Vinci. Sofrendo bullying na escola e com uma relação frágil com os pais, o garoto é solitário.

Após ver uma fotografia no laboratório, A-112 é apresentado ao substantivo “família” e então ele decide ir em busca da sua, fugindo do laboratório e indo parar na casa de Mitya, afinal o Dr. e a Drª são o que o robô tem como referência de família. O único ponto é que a partir do momento que percebem seu desaparecimento, ele se torna um fugitivo.

O longa explora de maneira magistral a relação de amizade entre o Mitya e Robô, é tudo bem simples, como geralmente são as amizades entre crianças, há um senso de união e de proteção imediato entre eles. Robô, uma criação perfeita, aprende com Mitya sobre arte, sobre a beleza das coisas, e também sobre amizade e família.

Outro detalhe é a construção do próprio A-112, mesmo que o longa traga a ideia inicial que o robô foi criado para missões arriscadas de salvamento, a realidade é que ele tem uma carinha simpática que beira a fofura, o que nos afasta daquela ideia de Inteligência Artificial a qual estamos nos acostumando no mundo real. Outro detalhe são os movimentos limitados do robô, ora ele é lento e endurecido, outra é ágil e consegue até saltar de prédios.

A produção russa de Sarik Andreasyan tem um olhar delicado, infantil e meio família, o roteiro é despretensioso, não há momentos de fortes emoções, quando pensamos “Agora vem emoção por aí!”, a cena deixa a desejar. A atuação do pequeno Daniil Izotov é outro ponto positivo: o menino consegue transitar bem do garoto emocionalmente abalado para o forte e decidido.

“Meu amigo Robô” é sobre gentileza, amizade e amor. É em relação ao crescimento, é emocional, mesmo que não seja cheio de histórias mirabolantes e de dramas, é um filme que te faz querer ir até o fim, só pra ver aquele final feliz clichê das famílias em comercias de margarinas. Com certeza, é uma boa pedida para descomprimir nessa quarentena.

por Carla Mendes – especial para CFNotícias

*Título assistido via streaming, a convite da Elite Filmes.