Crítica: No Fim do Túnel


Poster de No Fim do Túnek

Não é novidade dizer que o cinema argentino vem se destacando cada vez mais no cenário mundial. “O Segredo dos Seus Olhos” e “Sétimo”, ambos estrelados por Ricardo Darín são algumas das provas disso. Quem agora entra para esse seleto grupo é o ótimo suspense “No Fim do Túnel”, estrelado por Leonardo Sbaraglia (Relatos Selvagens) e dirigido por Rodrigo Grande.

Ótimo suspense porque mantém um tom tenso que prende atenção até a última cena, além de conter momentos em que permite o espectador ficar inquieto na cadeira, como nas passagens em que o protagonista, sem conseguir andar, entra em um túnel criado pelos ladrões que querem assaltar um banco.

Logo de cara, a trama até parece um pouco clichê, mas é totalmente o contrário disso. Nela, Joaquin (Sbaraglia) é um sujeito paralítico que mora em uma casa escura e grande. Certo dia, a stripper Berta (Clara Lago) chega com a filha, Betty, em busca de um quarto para dormir.

Tudo caminhava de forma tranquila, até que o cadeirante descobre que um grupo de estranhos planeja assaltar o banco que fica ao lado de sua casa. Para piorar, Joaquim descobre que sua nova inquilina é namorada do líder dos assaltantes e só está em sua casa para distraí-lo enquanto constroem um túnel para realizar a operação. A partir daí, a história fica ainda mais interessante.

Isso porque o roteiro, escrito pelo próprio Grande, apresenta aos poucos detalhes que no início até parecem simples, mas se tornam fundamentais para o desfecho de toda a jornada do personagem principal. Tudo tem sua importância, até o biscoito do cachorro.

Além disso, o longa se destaca porque aproxima o espectador dos personagens, afinal de contas, o diretor consegue captar com profundidade as sensações e as emoções de cada um deles ao trazer ângulos interessantes de sua câmera precisa.

Com todas essas qualidades, é uma pena que “No Fim do Túnel” estreia em um circuito limitado no Brasil. De qualquer forma, se você deseja conferir o longa, saiba que o esforço vale a pena pois, além de mostrar o crescimento do cinema da América do Sul de uma maneira geral, ele entretém com uma história envolvente e mostra que uma cadeira de rodas não é capaz de tirar a genialidade de uma pessoa.

Por Pedro Tritto – Colunista CFNotícias