Crítica: O Beco do Pesadelo


É sempre empolgante esperar por um filme “diferentão” que Guillermo del Toro possa estar produzindo ou dirigindo. Mais uma vez o renomado diretor desembarca em uma adaptação de romance sombrio com “O Beco do Pesadelo” (Nightmare Alley).

A trama segue o personagem Stan (Bradley Cooper) no fim da década de 1930, início de 1940, que deseja mudar de vida após encontrar um circo de horrores e nele aprender diversas habilidades com o mentalista Pete (David Strathairn) e sua esposa Zeena (Toni Collette).

O filme, que tem uma pegada de suspense e imersão em como o circo funciona, tem uma estrutura de contar a história muito boa. É quase impossível se distrair ao longo da exibição, uma vez que cada detalhe contado por Del Toro prende o espectador, algumas horas pelas atrocidades cometidas pelos personagens – principalmente por Clem Hoatley (Willem Dafoe), outras horas pelas mudanças de atitudes de Stan.

Claro que a narrativa não foge muito do esperado do diretor, preenchida por reviravoltas e momentos sombrios, mas “O Beco do Pesadelo” traz a presença de diversas figuras, uma história não tão centralizada. O foco, é claro, o desenvolvimento e decisões protagonista, mas suas atitudes respigam também nos demais personagens, o que leva a decisões individuais.

Outro ponto muito importante é a capacidade do longa de interligar os personagens ao espectador. A sensação de se importar com as atitudes e acontecimentos na história, sem definitivamente parecer fictício, é um prato cheio aqueles que amam cinema.

E tudo isto é possibilitado pelas atuações de diversas atrizes e atores de peso (Cate Blanchett como Dra. Lilith Ritter, por exemplo, está estupenda). Porém, alguns aspectos podem não agradar a todos, como a trama extremamente arrastada e as reviravoltas clichês.

“O Beco do Pesadelo” é um daqueles filmes da carreira de Guillermo del Toro que vale a pena ser assistido. Você irá se surpreender com a história, mesmo que ela não entre no seu top 5 de título preferidos do diretor, principalmente pela falta de inovação de narrativa.

por Artur Francisco – especial para CFNotícias

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela 20th Century Studios.