Crítica: “O Lar das Crianças Peculiares”


o-lar-das-criancas-peculiares-poster-01Chega aos cinemas a nova produção dirigida por Tim Burton: “O Lar das Crianças Peculiares”. Adaptada da obra literária de mesmo nome do autor Ransom Riggs que foi publicada originalmente em 2011 nos EUA, apresenta um orfanato que abriga jovens superdotados com poderes extraordinários (onde foi que já vi isso mesmo?), mas não se trata de uma cópia de X-Men. Temos aqui um novo universo mágico e fantástico com personagens que não dedicam suas vidas ao combate ao mal.

Na trama as crianças peculiares vivem espalhadas pelo mundo em fendas temporais criadas pelas suas cuidadoras que são conhecidas como Ymbrynes. No grupo de jovens mostrado na produção, a guardiã é a Srta. Peregrine (Eva Green), cujo poder é controlar o tempo e poder se transformar em uma ave – apropriadamente, um falcão peregrino.

As fendas são portais onde o tempo fica suspenso e apenas os peculiares podem acessar esses pontos focais em há um paradoxo entre o mundo em que vivemos na atualidade e o que existe congelado para essas crianças (na década de 1940). Elas não envelhecem, revivem o mesmo dia continuamente e ficam protegidas dos perigos que rondam a comunidade dos seres especiais.

Infelizmente os maiores perigos aos pequenos peculiares não são externos, mas de membros de sua própria espécie que desejam alcançar a imortalidade por meio de ações nada agradáveis e mortais as crianças inocentes. E ainda devem enfrentar o perigo de seres conhecidos como etéreos que “caçam” indiscriminadamente para satisfazer suas necessidades.

Somos apresentados a Jake (Asa Butterfield) um jovem comum e com problemas com seus pais, mas adorado pelo avô Abe (Terence Stamp) que o conduz por caminhos nada convencionais para conhecer as crianças peculiares da Srta. Peregrine. O jovem então descobre que possui uma missão muito especial e conhece a linda Emma (Ella Purnell) que literalmente voa em sua direção. Entre algumas das peculiaridades, temos um menino invisível, uma menina com uma boca na cabeça, além de uma adolescente que produz fogo com as mãos e uma garota com incríveis dons para lidar com plantas.

Ainda não tive a oportunidade de ler o livro que inspirou a produção, mas já ouvi comentários de leitores que estão “loucos da vida” com a série de alterações que foram feitas, inclusive em poderes de algumas das crianças e a omissão de outros personagens. Claro que uma obra literária sempre será mais completa, mas infelizmente tudo não seria possível de ser mostrado no filme.

Acredito que a tendência é de o longa agradar mais quem apenas for ao cinema e não leu o livro, mas vale a pena procurar pela obra para complementar ou mesmo se aprofundar neste maravilhoso universo de fantasia e emoção.

Abra os olhos de sua mente e deixe a fantasia tomar conta de sua alma.

Por Clóvis Furlanetto – editor