Crítica: O Mistério do Gato Chinês


“O Mistério do Gato Chinês” (Kûkai), dirigido por Chen Kaige, conta uma história que se passa há mil anos durante a dinastia Tang, na China, quando um gato preto assassina membros da família imperial por razões desconhecidas. Um poeta chamado Bai Letian (Huang Xuan), e o monge japonês Kûkai (Shôta Sometani), decidem desvendar o mistério que envolve o gato, e as questões pela qual ele trata as mortes como um acerto de contas.

O drama narra a história de uma forma muito bonita e comovente, existe uma linha tênue entre a fantasia e a realidade, como se todas as ilusões apresentadas fossem reais, tudo é muito vívido, e o lado místico representou muito bem o simbolismo chinês.

O gato se destaca por algumas características peculiares, quando ele aparece ou fala, é como se estivéssemos de fato conversando com um ser humano, em sua voz é nítido o sentimento de rancor, e a sede de vingança, o que o torna um pouco intimidador. Sua imagem já quebra todo este estereótipo, afinal, quem imaginaria que um gatinho deixaria um rastro de morte por aí?

O poeta e o monge se empenharam em desvendar todos os segredos que estavam relacionados às mortes, porém, eles acabaram por mergulhar completamente na história. Acredito que essa imersão fez com que o longa ficasse interessante, todo o desenrolar dos fatos nos deixa intrigados e curiosos para saber qual será a próxima descoberta. Apesar do filme também conter certo suspense, é impossível ficar apreensivo, já que a cada momento vai surgindo uma pecinha do quebra cabeça, e o enredo fica cada vez mais encantador.

A obra é cheia de detalhes impressionantes que nos cativam, fruto de uma produção muito bem elaborada, os efeitos especiais são incríveis, e bem acima da nossa imaginação, poderíamos mesmo nos perguntar se tudo aquilo é real. O final é emocionante, ele reflete que nem sempre as coisas são como parecem, e que nada acontece sem uma razão. Buscar a origem dos acontecimentos e resgatar sentimentos adormecidos é, sem dúvida, motivo de emoção.

por Victória Profirio