Crítica: PéPequeno


Animações para o cinema nunca deixam de me surpreender, quando penso que os materiais que poderiam ser explorados na tela grande se esgotaram sou  novamente pego desprevenido com uma história envolvente. É o caso da estreia de PéPequeno” (Smallfoot)  em todo o Brasil.

Normalmente quando ouvimos histórias de criaturas diferentes e que não fazem parte de nosso cotidiano, estas  são recheadas de narrativas assustadores e que transformam inocentes seres míticos em monstros. Mas na realidade a monstruosidade está me algumas pessoas.

Na trama de “PéPequeno” somos apresentados ao mundo maravilhoso de Migo, um Yeti ou Iéti (escolha sua opção) – o famoso PéGrande – que vive em uma aldeia isolada do resto do mundo no topo de uma montanha. Tudo vai muito bem, nosso herói sonha em assumir os negócios da família como tocador de gongo, até que sua vira de ponta cabeça quando encontra uma criatura que só ouviu em contos da tribo: o temível PéPequeno, ou melhor, um ser humano típico e comum.

Os habitantes do vilarejo ficam impressionados com os relatos de Migo, mas o líder da tribo e detentor das leis escritas em pedra consegue minar a credibilidade da história contada e nosso gigante peludo parte em busca de respostas com a ajuda de alguns amigos que acreditam em sua narrativa. Ele desce a montanha e consegue uma “prova viva” o humano Percy. E daí para frente é só confusão.

O importante nesta animação é prestarmos atenção na crítica que há em relação a nossa sociedade atual: enquanto os Iétis são generosos, ajudam uns aos outros e não se preocupam com a vida de seus pares, nossa humanidade – por não entender seus costumes e aparência – os rotulam de monstros e seres irracionais (o que na minha opinião é exatamente o contrário).

A trama é divertida, cheia de encantamento, músicas originais e muita emoção e amizade. O que me surpreendeu foi que os movimentos dos personagens em diversas vezes foram realistas demais, tive a nítida impressão de estar acompanhando atores e atrizes de verdade na tela, uma sensação única e que torna a obra única ao meu ver.

É um filme para toda a família. Então prepare suas botas para neve e embarque nessa aventura sem igual no mundo das animações.

por Clóvis Furlanetto – Editor Yeti