Crítica: “Professor Marston & As Mulheres-Maravilhas”


Este é o texto mais difícil de colocar em palavras. Não sei o que dizer. “Mentira!”, declararia o detector desenvolvido pelo Dr. William Moulton Marston (interpretado por Luke Evans – que conseguiu estar bem menos canastrão do que seu anterior Gaston em “A Bela e A Fera”), psicólogo de Harvard, escritor e criador da maior heroína dos quadrinhos: Mulher-Maravilha.

Na verdade, é difícil escolher a melhor sequência de palavras para descrever o filme que relata o poli-amor da vida adulta ao dar aula na universidade na década de 1940 do Dr. Marston, sua esposa, a racional e dominadora Elizabeth (interpretada por Rebecca Hall) e sua doce e submissa amante Olive Byrne (papel de Bella Heathcote).

Deixei-me levar pelos diálogos inteligentes. A teoria psicológica instigou meu cérebro e minha curiosidade. Fui hipnotizada por uma excelente fotografia, pelo pano de fundo do início do feminismo e pela fogueira da controvérsia das revistas ferirem a tradicional família americana.

Quão deliciosamente desconfortável fiquei com cenas de pura sedução. Olhares, suaves mordidas de lábios, dúvidas sobre ceder às tentações ou seguir os padrões da sociedade. Quem nunca se questionou sobre transgressões?

Os pequenos detalhes de cada mulher levam à Mulher Maravilha. A cor do cabelo de uma. O bracelete da outra. As personalidades combinadas. O doce e o independente. A carreira e a maternidade. Até mesmo o masculino está ali, sem falar em remeter à história recente.

Uma narrativa bem construída, não cansa, não perde tempo explicando cada detalhe, mas trás momentos de realidade. É uma homenagem sensual a respeito dos poderes femininos em seu melhor estilo.

Fui seduzida!

Veja e saia do cinema direto para uma ducha fria. Ou sinta-se uma deusa! Mas não leve as crianças.

“Professor Marston & As Mulheres-Maravilhas” estreia nos cinemas em 14 de dezembro.

por Maria Gabriela Pereira – especial para CFNotícias