Crítica: Projeto Gemini


Um filme de ação com um roteiro relativamente simples: O melhor sniper a serviço dos Estados Unidos decide se aposentar e , de repente começa a ser caçado por um soldado tão bom quanto ele, sem um motivo aparente. Então, ele precisa descobrir o porquê e quem quer sua morte. Essa é a base que dá início a mais nova produção do vencedor do Oscar, Ang Lee, “Projeto Gemini” (Gemini Man) que é estrelado por Will Smith, dando vida a dois personagens diferentes.

O longa conta a história de Henry (Will Smith), que aos 51 anos decide deixar o serviço secreto do governo americano para viver uma vida tranquila, mas – sem nenhuma novidade – isso não é o que o destino lhe reserva. Logo ele percebe que está sendo vigiado e que foi enganado em sua última encomenda: assassinou um biólogo nuclear e não um terrorista nuclear como haviam lhe informado.

Já em estado de alerta com toda situação, acorda no meio da noite com o alarme disparado, pois sua casa está sendo invadida – é aí que tem início uma caçada mortal. Ele poderia fugir sozinho? Sim, poderia. Contudo, Henry resolve instintivamente ir até onde está a agente Danny Zakarweski (Mary Elizabeth Winstead) – encarregada de vigiá-lo – pois teme pela segurança da mulher.

Após uma fuga no meio da noite, a dupla pousa em Cartagena- Colômbia, e misteriosamente seus perseguidores sabem exatamente onde estão – nesse momento começa a ser caçado por um único homem e logo a letalidade do agente enviado para dizimá-lo chama a atenção do protagonista. A carga dramática da história é empregada:  Henry está sendo perseguido por um garoto que é exatamente igual a ele quando jovem.

O longa vem com uma promessa de revolucionar o jeito de fazer cinema, afinal, foram utilizadas tecnologias um tanto quanto avançadas em todo processo de captação de imagens: todas as cenas forma filmadas em 120 quadros por segundo e a exibição em 3D+ será em 60 quadros por segundo, isso basicamente dá uma sensação de maior nitidez, é possível enxergar os detalhes mais profundos, como por exemplo, os poros da pele do Will Smith  ou quando o vento toca na grama mesmo que ela não esteja em primeiro plano.

Algo que pode passar despercebido para alguns, mas que pode gerar certo desconforto aos mais observadores são as cenas serem muito limpas: é impossível uma perseguição pelas ruas de Cartagena com um número mínimo de civis ou às vezes apenas Will Smith.

Outro fato importante é o roteiro que é raso, não há muita dificuldade na resolução de conflitos, todas as respostas vêm fácil. Junior foi designado para acabar com Henry e após uma “conversa” já confia plenamente nele, sem dizer que a motivação para clonar o personagem é um tanto quanto previsível.

Com o alto investimento em tecnologia, o acerto foi realmente ter Will Smith, uma vez que o ator possui um carisma natural e é quase uma unanimidade entre o grande público, além de contar com Ang Lee e toda sua experiência em direção. De modo geral, “Projeto Gemini” é um bom filme e para ter uma experiência um pouco mais satisfatória, fica a dica: Assista em 3D ou 3D+.

por Carla Mendes – especial para CFNotícias