Crítica: Quando Hitler roubou o coelho cor-de-rosa


Distribuído no Brasil pela A2 Filmes, chega ao país “Quando Hitler roubou o coelho cor- de- rosa” (Als Hitler Das Rosa Kaninchen Stahl). O filme é baseado no livro juvenil homônimo, que conta a história da autora, Judith Kerr, publicado em 1971.

Na trama, que tem início em Berlim, em 1933, alguns dias antes da consolidação do partido nazista no poder, acompanhamos a família Kemper, pela perspectiva de Anna Kemper (Riva Krymalowski), uma menina de apenas nove anos de idade que vive com os pais e o irmão mais velho em uma bela casa e com uma vida confortável.

No entanto, tudo muda de um dia para o outro, quando seu pai, judeu e crítico ferrenho de Hitler e do partido nazista foge para a Suíça. Logo no dia seguinte o resto da família também decide sair do país e Anna tem sua vida completamente alterada.

Ao fazer a mala para a viagem, a garota só pode escolher um brinquedo e acaba deixando, às lágrimas, seu querido coelho rosa de pelúcia para trás. O filme que poderia ser triste e carregado de sofrimento, mas, apesar de melancólico, é otimista, talvez justamente por acompanhar o ponto de vista de Anna, que consegue, apesar de todas as adversidades, manter uma fagulha de esperança e que confere um tom levemente cômico em algumas das cenas.

A família passa um período na Suíça, onde o pai não tem muito sucesso em vender seus textos e artigos, e logo depois se mudam para Paris, onde a perspectiva de trabalho é maior. Lá a família judia, que conta com o novo status de refugiados, enfrenta o preconceito e dificuldades financeiras, mas mesmo perdendo sua riqueza, seu lar e tendo que enfrentar idiomas e costumes novos, continua unida.

Ainda que pareça inusitado, o longa é uma ótima pedida para integrar a lista de títulos de Natal, por tratar de resiliência e amor familiar. A obra, dirigida por Caroline Link (responsável também pelo roteiro ao lado de Anna Brüggemann), nos presenteia com uma experiência singela e agridoce, em que sentimos por todas as perdas e desventuras da jovem Anna, mas que terminamos com um grande sentimento de esperança e gratidão.

por Isabella Mendes – especial para CFNotícias

*Título assistido em Cabine de Imprensa Virtual promovida pela A2 Filmes.