Crítica: Rainhas do Crime


“Rainhas do Crime” (The Kitchen), filme dirigido por Andrea Berloff, se passa no ano de 1978 e mostra quando os maridos mafiosos de Kathy (Melissa McCarthy), Claire (Elisabeth Moss) e Ruby (Tiffany Haddish) são presos e as três esposas precisam arranjar um jeito de suprir suas necessidades financeiras.

Elas então decidem criar o próprio negócio, dominando a máfia irlandesa e oferecendo proteção aos comércios de Hell’s Kitchen, gerando o desconforto do novo chefão local Litlle Jackie (Myk Wattford). As garotas precisarão unir forças, e encontrar aliados.

Apesar do longa se passar na década de 1970, ele é certeiro em abordar temas que ainda são muito atuais em nossa sociedade. Logo de início temos a representação das três esposas, cuja única função até o momento era ser donas de casa – com a falta de seus maridos, elas se viram na obrigação de fazer o que fosse necessário para sua sobrevivência.

Outro ponto que muito bem arquitetado é o ressurgimento dessas mulheres – apesar de terem se tornado mafiosas, o empoderamento que lhes foi atribuído é sensacional. A partir do momento que elas começaram a pôr seu plano em prática, consequentemente tudo mudou: as roupas, o modo de agir, o penteado, elas se tornaram fortes, perceberam que não precisavam dos homens para conquistar o que queriam.

O filme também destaca o preconceito sobre a mulher estar inserida em assuntos que seriam apenas do meio masculino. Até conseguirem mostrar algum rendimento, as personagens não são levadas a sério: Kathy inclusive foi desencorajada diversas vezes por seu esposo, enquanto Ruby e Claire, sempre estavam ouvindo que quando seus companheiros saíssem da penitenciária, eles nunca aceitariam que elas tomassem os seus lugares. E mais uma vez o longa enalteceu o empoderamento, apesar das circunstâncias, em momento algum as moças se renderam ao machismo.

A história consegue nos manter atraídos e em diversas cenas temos uma mistura de sentimentos. Sem contar que depois de algumas reviravoltas, fica quase impossível tentar deduzir o final da produção, que apesar de não ter sido tão agradável para alguns, foi um encerramento inteligente.

por Victória Profirio – especial para CFNotícias