Crítica: Ritual Maldito


“Ritual Maldito” (Atakan) é o novo título de terror do catálogo da A2 Filmes. O longa russo é sobre um grupo de adolescentes e um jovem professor universitário que decidem ir ao subterrâneo de São Petersburgo em busca de uma pedra lendária chamada Atakan. Tal artefato é um bloco gigantesco de granito no qual, segundo as lendas, os pagãos sacrificavam humanos e é cercada de mistério e desaparecimentos.

Quando a estudante Nora (Ksenia Plyusnina) apresenta um diário, que pertencia a seu avô, com um mapa para Atakan, o grupo decide encontrar a pedra e em cada passo do caminho a situação fica mais fora do controle.

Dirigido e roteirizado por Aleksandra Radushinskaya, o filme apresenta um clássico grupo de jovens em uma situação perigosa e aterrorizante e uma série de decisões ruins que só aumentam a situação problemática em qual se encontram.

Conta com alguns bons sustos, mas certos problemas impedem uma real imersão, como a dublagem, que não é convincente e apresenta falhas. As vozes escolhidas não se encaixam bem nos personagens e não convencem nas situações de terror, além de falhas na mixagem de som e um pequeno momento em que a dublagem simplesmente some.

O filme se passa no subterrâneo, na maior parte do tempo, onde a trama realmente se desenrola. O cenário de catacumbas, abrigos antibombas e passagens estreitas e escuras é realmente assustador e claustrofóbico, no entanto a diretora abusa da falta de luzes nos cenários e em muitas cenas o espectador tem dificuldades em enxergar e discernir o que está acontecendo.

A narrativa se divide em cenas gravadas de forma convencional e cenas em found footage, através de uma câmera de mão. Estas últimas, no entanto, nem sempre são bem realizadas – com ângulos que não fazem muito sentido – e na última etapa do filme, a escolha de colocar muitas sequências em found footage, com efeito de câmera quebrada, deixa as imagens um pouco confusas.

O terror tem faixa etária de 16 anos, explicado pelas cenas sangrentas que contam com efeitos práticos interessantes e, apesar de apenas algumas aparições pontuais, podem realmente incomodar quem não gosta de ver muito sangue em tela.

“Ritual Maldito” apresenta um cenário assustador e situações tensas, que infelizmente sofrem com problemas técnicos e roteiro pouco aprofundado. O filme tem uma premissa interessante, que poderia ser muito boa se bem desenvolvida, mas ainda assim pode agradar aqueles que gostam e já estão acostumados com o terror russo, assim como pode ser divertido para aqueles que o assistirem sem grandes expectativas.

por Isabella Mendes – especial para CFNotícias

*Verifique a disponibilidade nas plataformas: NOW, Looke, Vivo Play, Apple TV, Microsoft e Google Play.

**Título assistido via streaming, a convite da A2 Filmes.