Crítica: Rua Cloverfield, 10


Cena intrigante de Rua Cloverfield, 10

Se tem alguém que já mostrou que cria um filme segurando o máximo de informação possível é J.J. Abrams. Prova disso foi conseguir guardar os grandes segredos por trás de “Star Trek”, “Star Wars: O Despertar da Força” e “Super 8”, entre outros títulos.

O fato é que isso é ótimo, pois, dessa forma, cria-se várias hipóteses e permite o espectador imaginar o que vai acontecer com a história em questão, aumentado ainda mais a expectativa. “Rua Cloverfield, 10”, que tem a produção do cineasta, sem dúvida é inferior em relação aos filmes citados acima, mas surpreende por conseguir manter o seu principal mistério até a última cena.

A cada acontecimento, o espectador pode elaborar várias teorias sobre o que vai ocorrer no cenário proposto pelo diretor Dan Trachtenberg. E isso é ótimo, afinal de contas, assim a trama fica bem mais envolvente e interessante de se assistir.

Nela, Michelle (Mary Elizabeth Winstead) sofre um acidente de carro e acorda acorrentada no porão da casa de Howard (John Goodman). No local, o sujeito bonachão explica para a jovem que o país sofreu um ataque nuclear, fazendo com que a superfície ficasse totalmente inabitável.

Percebendo que o anfitrião é paranoico, a moça tenta bolar um plano para fugir e voltar para a sua vida normal. Para isso, ela vai contar com a ajuda de Emmett (John Gallagher Jr), que também vive nessa espécie de bunker.

Outro grande trunfo do longa é conseguir alimentar um ambiente tenso para os personagens até o final. Nesse caso, o mérito vai para o bom elenco, principalmente John Goodman (Argo). Com uma atuação segura, o ator levanta dúvidas intrigantes sobre as reais intenções de seu personagem. Será que ele está mentindo sobre o ataque nuclear ou é um prisioneiro como a protagonista? Só vendo para descobrir.

Vendido como a sequência de “Cloverfield – Monstro”, esse novo filme não funciona assim, ou seja, traz poucas relações com o seu antecessor. Isso é bom, pois permite qualquer um assistir, incluindo quem não viu o longa de 2008. Se você gosta de um bom suspense, “Rua Cloverfield, 10” é uma ótima opção.

por Pedro Tritto – Colunista CFNotícias