Crítica: “Valerian e a Cidade dos Mil Planetas”


Crédito: Daniel Smith

Quadrinhos e cinema formam uma parceria que tem dado certo nos últimos anos, desde que seja bem feita a adaptação. Este é o caso da nova aventura de ficção científica que chega aos cinemas: “Valerian e a Cidade dos Mil Planetas” (Valerian and the City of Thousand Planets).

Vale lembrar que “Valerian et Laureline”, a obra na qual o longa se baseia, é uma Graphic Novel (Novela Gráfica) cultuada mundialmente por seu traço singular e história envolvente, através da qual somos levados a conhecer o oficial espaço-temporal Major Valerian e sua inseparável companheira Sargento Laureline. Os dois policiais futuristas lutam contra toda forma de bandidos espaciais impedindo que criem paradoxos e rompam o continuum espaço-tempo. A HQ foi criada em 1967 com roteiro de Pierre Christin e arte de Jean-Claude Mezières.

A adaptação para as telonas ficou a cargo do renomado cineastas francês Luc Besson, conhecido por obras como “O Quinto Elemento” e “Lucy” e fã ardoroso das HQs de Valerian. Ele nos mostra sua visão do mundo futurista que a Terra se tornou e como as várias raças alienígenas convivem na  estação espacial Alpha de múltiplas facetas, daí o nome “a Cidade dos Mil Planetas”.

Na trama somos apresentados a Valerian (Dane DeHaan) e Laureline (Cara Delevingne) que precisam a todo o custo impedir que Alpha seja destruída por uma organização secreta, mas o que não esperavam era serem envolvidos em uma trama que vai além da política e conflitos entre alienígenas da estação.

Quem já assistiu a alguma obra futurista de Besson poderá identificar uma similaridade entre a atmosfera de  deste filme e outra de suas produções. Não é uma cópia, mas a opção por um mesmo estilo em figurino e maquiagem que demonstra que a qualidade técnica do diretor foi mantida. Erroneamente alguns veículos menos avisados tem noticiado que a produção seria uma continuação ou participaria do mesmo período no universo de “O Quinto Elemento”, mas esta informação foi desmentida pelo próprio cineasta em uma entrevista exclusiva a diversos canais de imprensa. São ambientes e universos totalmente diferentes.

A narrativa é envolvente e nos cativa por sua simplicidade ao explicar os motivos do desaparecimento de uma raça inteira e como a política e os militares da estação Alpha são apáticos e apenas desejam esconder os problemas existentes.

Por mais complicado que seja recriar um ambiente tão rico desenvolvido em uma HQ cultuada em um tempo extremamente curto de exibição de um filme, com 138 minutos a produção cumpre o que promete e nos mostra um possível futuro da humanidade.

Prepare seu traje espacial, sua arma de raios e divirta-se desvendando esse maravilhoso e inédito universo.

por Clóvis Furlanetto – Editor CFNotícias