Entrevista: Falamos com Rodrigo Grande, diretor do suspense No Fim do Túnel


Diretor Rodrigo Grande ao lado do elenco de No Fim do Túnel

Prestes a estrear no Brasil (dia 6 de outubro), “No Fim do Túnel” é um suspense argentino que conta a história de Joaquim (Leonardo Sbaraglia), um sujeito paralítico solitário, que tenta impedir o roubo de um banco localizado bem ao lado de sua casa. O fato é que Rodrigo Grande, diretor do filme, está no Brasil para divulgar o longa e a equipe do CFNotícias conversou exclusivamente com ele sobre essa nova produção.

Durante o papo, ele falou sobre assuntos interessantes, entre eles o processo das filmagens e o atual momento do cinema da América Latina. Além disso, o cineasta até citou seus filmes brasileiros preferidos. Confira abaixo a entrevista exclusiva com Rodrigo Grande:

CFNotícias – Aqui no Brasil, tivemos uma história parecida de “No Fim do Túnel”, em Fortaleza, em 2005. Na época, o episódio ficou conhecido como “O Assalto ao Banco Central” (depois ganhou filme com esse mesmo nome). Você soube dessa história? Se sim, ela serviu de inspiração para o filme?

Rodrigo Grande – Na verdade, não. Preferimos criar uma história própria. De qualquer forma, durante a produção descobrimos que houveram na Argentina vários roubos a banco, incluindo alguns que envolveram a criação de um túnel. Também fiquei sabendo que na Inglaterra também tivemos exemplos de assalto desse gênero.

Como foi encontrar o ângulo perfeito de câmera para passar os sentimentos e o drama de Joaquim, protagonista do longa que não consegue andar?

– O roteiro me interessou desde o início porque era bem direto e bem próximo ao Joaquim. Para reforçar isso, procurei sempre focar minha câmera nos olhos dele ou um pouco mais para baixo.

Além de dirigir, você também escreveu o roteiro. Isso te ajudou de alguma forma na hora de montar o filme?

– Claro! Com certeza me ajudou. Além disso, também criei os storyboards, o que também foi importante. Desde criança aprendi a gostar de desenhar, então participar de todo esse processo me ajudou bastante na hora de construir a história que queria contar.

Como foi trabalhar com o Leonardo Sbaraglia e todo o resto do elenco?

– Muito bom! Todos eles foram profissionais de primeira, então foi bem fácil. Leonardo é um ator muito inteligente, assim como a Clara Lago, que vive a stripper Berta, e o Pablo Echarri, que interpreta o vilão Galereto. Todos eles me ajudaram muito, pois somaram bastante quando os coloquei na tela, assim como os outros coadjuvantes também.

Como você vê a indústria cinematográfica aqui na América do Sul, levando em conta o crescimento do número de produções argentinas e até brasileiras?

– Acho que na América Latina como um todo podemos ver a qualidade das pessoas, ou seja, algo mais intimista. Isso é muito bom! Acho também que deveria existir uma ligação maior entre os países, pois quero ver mais filmes brasileiros, chilenos e argentinos no cenário internacional. Quero que esses e outros países estejam mais presentes.

Você assistiu algum filme brasileiro recentemente ou lembra de um que tenha visto e gostado?

– Sim. Gosto muito de “Pixote, A Lei do Mais Fraco (1981)” e “Abril Despedaçado (2001)”. Também adorei “Cidade dos Homens (2007)”, que foi produzido por Fernando Meirelles (Ensaio Sobre a Cegueira) e conta a história de dois amigos, que vivem em uma favela do Rio de Janeiro. Assisti faz pouco tempo e adorei.

Por Pedro Tritto – Colunista CFNotícias